Hoje é o 70º aniversário da morte do Fernando Pessoa (1935).
Aqui segue uma homenagem ao poeta:
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
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20051130
20051120
POEMA: Vinho de Luís Bogo
Vinho
Deixa minha língua navegar
no complexo vinho da tua saliva.
Deixa-me tornar embriaguez
o que seria apenas beijo.
Deixa que eu toque
com as franjas do meu corpo
a tua alma profunda
(segregada e manifesta em teus humores).
Deixa que eu a perceba
como a uma sereia de certezas
(içada de um imenso mar de dúvidas).
Luís Bogo
Deixa minha língua navegar
no complexo vinho da tua saliva.
Deixa-me tornar embriaguez
o que seria apenas beijo.
Deixa que eu toque
com as franjas do meu corpo
a tua alma profunda
(segregada e manifesta em teus humores).
Deixa que eu a perceba
como a uma sereia de certezas
(içada de um imenso mar de dúvidas).
Luís Bogo
20051109
POEMA: Morre lentamente de Pablo Neruda
Morre lentamente
"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,quem não ouve música,quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,quem não se deixa ajudar,morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,não se arrisca a vestir uma nova corou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoínho de emoções,justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante...Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,não pergunta sobre um assunto que desconheceou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade"
Pablo Neruda
"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,quem não ouve música,quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,quem não se deixa ajudar,morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,não se arrisca a vestir uma nova corou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoínho de emoções,justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante...Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,não pergunta sobre um assunto que desconheceou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade"
Pablo Neruda
20051026
POEMA: Deixem-me ser assim
DEIXEM-ME SER ASSIM
Deixem-me ser valado entre trigal
Cigarra de asas loucas pelo monte
Ribeiro de Vastíssimo caudal
Ou musgo adormecido ao pé da fonte.
Cantiga que ecoa pelo Vale
Sol morno a mergulhar no horizonte
Pintura de Miró ou de Bual
Ou lenda do passado que a avó conte.
Deixem-me ser nenúfar por abrir
Olor de rosa e nardos a florir
Criança com sapatos de mulher
E flauta de pastor ao Sol poente
E grito de luar Sereno e quente
Deixem-me ser aquilo que eu quiser!
(Zabul Moita)
Deixem-me ser valado entre trigal
Cigarra de asas loucas pelo monte
Ribeiro de Vastíssimo caudal
Ou musgo adormecido ao pé da fonte.
Cantiga que ecoa pelo Vale
Sol morno a mergulhar no horizonte
Pintura de Miró ou de Bual
Ou lenda do passado que a avó conte.
Deixem-me ser nenúfar por abrir
Olor de rosa e nardos a florir
Criança com sapatos de mulher
E flauta de pastor ao Sol poente
E grito de luar Sereno e quente
Deixem-me ser aquilo que eu quiser!
(Zabul Moita)
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